Todos os dias ocupa lugar na cadeira luxuosa. Ordena e
desordena.
Faz sombra na vida alheia, como uma nuvem que soberba e
desdenhosamente, julga a quem conceder lugar ao sol.
Há muito já não toca o chão, a cadeira é alta e os pés curtos.
Voou alto, chegou ao topo, pousou sozinho.
Permanecerá até o dia em que souber que a vida é uma eterna
dança de cadeiras, essa luxuosa que ocupa alto e giratório alçapão de pessoas.
Um dia terá vontade de ser de novo apenas uma folha
rodopiando ao vento.